Governador Jaques Wagner defende subsecretário que atirou em sem-terra
Segundo o governador baiano, o tiro foi para intimidar
e não se (deixar) concluir o processo de ocupação e invasão no prédio” Foto: FSF
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O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), saiu ontem em defesa de seu subsecretário de Segurança Pública, Ary Pereira de Oliveira, que anteontem atirou contra integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) que protestavam na frente da sede da secretaria.Wagner classificou o protesto dos sem-terra como “baderna” e ignorou a pressão da oposição e até de alguns aliados na Assembleia Legislativa pela exoneração do subordinado.
“As pessoas não podem confundir democracia com baderna”, disse o petista, em entrevista à rádio Tudo FM, de Salvador.
“Não é razoável que a sede da Segurança Pública ou de qualquer outra secretaria seja invadida por uma porção de gente com foice, facão, enxada”, continuou o governador.”Pode ter sido um ato limite do subsecretário, mas foi um ato para impedir que algo muito pior acontecesse, que seria a ocupação da Secretaria de Segurança por completo.”
Segundo o governador baiano, o tiro foi para intimidar e não se (deixar) concluir o processo de ocupação e invasão no prédio”.
“Daqui a pouco, um integrante do movimento ia estar sentado na cadeira do secretário. Só me faltava essa.”Na manhã de anteontem, um grupo de aproximadamente mil integrantes do MST, que acampava na área externa da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Bahia desde a segunda-feira, decidiu ir até o prédio da secretaria para protestar contra a demora na investigação sobre o assassinato de Fábio Santos, um dos líderes do movimento no Estado. Ele foi morto a tiros em abril, em Iguaí (BA).
Conforme lideranças do MST, assim que a manifestação chegou à sede da secretaria, Pereira teria começado a atirar, disparando três vezes. A assessoria da secretaria alegou, porém, que apenas um tiro teria sido disparado depois que integrantes do movimento invadiram o saguão do prédio.Ninguém ficou ferido e não foi registrado boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Após a confusão, os integrantes do MST decidiram acampar na frente da sede da Secretaria daAgricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura (Seagri).
Informações de Tiago Décimo/ Estadão
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